Refloresta SP: governo paulista lança site com orientações a proprietários rurais
Com o objetivo de fornecer recomendações sobre as melhores combinações de espécies madeireiras e não madeireiras para cada local e condição do Estado de São Paulo, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) desenvolveu a plataforma digital Refloresta-SP.
A ferramenta integra o Programa Refloresta-SP e traz, entre outras funcionalidades, a devida contrapartida já comunicada ao fim de cada consulta.
“Com o Refloresta-SP os proprietários rurais e técnicos que os assistem têm acesso às melhores informações disponíveis, de forma rápida e objetiva”, afirma a secretária Natália Resende. “É uma consultoria gratuita oferecida pela Semil a todos os interessados, facilitando a implantação de florestas multifuncionais, um importante objetivo estruturante para a questão ambiental”, completa. A ferramenta facilita por eliminar a necessidade, por exemplo, de consultas a especialistas em silviculturas de espécies nativas para orientar a questão dessas florestas.
Por trás da aparente simplicidade da plataforma está um investimento ambicioso, com quase dez anos de estudos e coleta de informações para a criação do banco de dados e definição das premissas usadas nos cálculos. Outra preocupação foi com a qualidade da informação, tendo sido formado um Comitê Técnico Científico, com representantes de Semil, universidades e sociedade civil, para zelar pela integridade do banco de dados.
O Comitê deverá aprovar a incorporação de novas informações produzidas pela ciência e pelo monitoramento das florestas implantadas, e todas as alterações que forem necessárias. Assim, a ferramenta não ficará desatualizada nem será alterada sem critérios.
O objetivo do Programa Refloresta-SP é o de incentivar a mudança do uso do solo em regiões de baixa cobertura vegetacional, em especial em áreas de pouca aptidão agrícola. Dentre os usos do solo e sistemas de produção fomentados pelo Programa destacam-se as florestas multifuncionais – plantadas para conciliar objetivos econômicos e ecológicos –, que visam à produção de madeira e produtos florestais não madeireiros, e à geração de serviços ecossistêmicos importantes para a sustentabilidade da atividade agropecuária e o bem estar das pessoas.
O uso da plataforma é simples. São dez passos que se iniciam após o cadastro do usuário. Em seguida, os dados informados serão município, tipo de vegetação, faixa de declividade existente no imóvel e se as operações são predominantemente manuais ou mecanizadas. Também é necessário informar se o projeto será implantado em Reserva Legal, Área de Preservação Permanente (para imóveis até quatro módulos fiscais) ou em outro local fora dessas áreas. Isso é necessário porque as recomendações observam os requisitos legais que incidem sobre as áreas para as quais ele é indicado.
O critério ecológico é atendido quando o usuário informa a localização da propriedade e o tipo vegetacional que ocorre naturalmente no entorno. Com essas informações, o Refloresta restringe a indicação das espécies àquelas que se adaptam à região e que tendem a ter um bom desenvolvimento. Já o critério econômico considera o preço de mercado dos produtos madeireiros e não madeireiros e também os custos de produção, o que inclui o manejo silvicultural necessário.
O Refloresta-SP foi desenvolvido pela Semil com a participação de dezenas de técnicos, pesquisadores e produtores rurais, e em parceria com instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil, contando também com o apoio do Banco Mundial, do BID e do Fundo Global para o Meio Ambiente – GEF.
A Semil, através do Refloresta, torna acessível um enorme conjunto de informações, compiladas, organizadas e processadas, que podem ser usadas pelos proprietários rurais, técnicos que atuam em restauração, profissionais da assistência técnica e extensão rural, empresas e organizações da cadeia de restauração, e investidores. As ações destes atores contribuirão para o alcance das metas do Refloresta-SP, assim toda sociedade será beneficiada pela redução dos impactos das mudanças climáticas e pelos ganhos relacionados à qualidade ambiental, ao desenvolvimento socioeconômico e ao bem-estar humano.
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