Cientistas do Instituto Agronômico de SP estão entre as 100 mulheres doutoras do agro
Duas cientistas do Instituto Agronômico de São Paulo (IAC-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, se destacaram em ranking da revista Forbes sobre a competência da mulher nas mais diversas áreas de atuação.
Leila Luci Dinardo-Miranda e Larissa Caixeta foram citadas pela revista internacional entre as 100 mulheres doutoras do agro. O texto trata sobre o Dia Internacional da Mulher Rural.
A homenagem destacou profissionais que se dedicam por longos anos até conseguirem o título de doutoras e contribuírem com o progresso da produção de alimentos, fibras e bioenergia.
Referência nacional em manejo integrado de pragas e nematoides na canavicultura, Leila Luci Dinardo-Miranda é pesquisadora do Centro de Cana do IAC desde 1994. Os resultados de suas pesquisas chegam como soluções sustentáveis a diversas regiões canavieiras do Brasil e são compartilhados com outros países. A cientista tem doutorado em genética e é diretora do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Cana do IAC, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
“Fiquei muito feliz pelo reconhecimento ao meu trabalho de tantos anos, por ter sido lembrada por pessoas que nem sei quem são! Tenho 40 anos de formada e sempre fiz pesquisas com cana. É um prazer muito grande trabalhar com isso, eu gosto (diz enfaticamente). Meu trabalho é grande parte da minha vida; depois da minha família, é minha grande paixão”, diz Leila.
Larissa Caixeta realiza pesquisas em nematologia, mesma área em que desenvolveu seu doutorado. No IAC, atuou de 2017 a 2022 como pesquisadora de pós-doutorado, vinculada à Pós-Graduação do IAC, e ao Centro de Café “Alcides Carvalho”, onde pesquisava a resistência genética do cafeeiro a nematoides. Atualmente, dá continuidade a esse estudo no Instituto Biológico, também ligado à APTA, em parceria com o IAC.
“Tenho muito orgulho de toda a trajetória nesses meus 17 anos dedicados à pesquisa e de fazer parte da lista das 100 mulheres doutoras do agronegócio, representando várias outras que realizam trabalhos fantásticos em nosso Brasil”, diz.
Larissa fez mestrado na Universidade Federal Rural de Pernambuco, que serviu como ponte para o doutorado, realizado na Universidade de Brasília e na Universidade da Califórnia, em Riverside, nos Estados Unidos.
“Agradeço por esse reconhecimento e divido com todas essas pessoas.” Leila Luci Dinardo-Miranda. A cientista, que também é esposa, mãe e filha, comenta que ela não conquistou esse reconhecimento “só” pelo seu trabalho. Ressalta que para construir essa carreira foi fundamental o apoio de diversas pessoas.
“Sou casada, tenho marido, tenho filhas que sempre conviveram comigo trabalhando, viajando e sempre entenderam. Meu marido sempre me deu bastante apoio; meus pais me apoiaram quando minhas filhas eram pequenas. Tive também um apoio muito grande da equipe dentro do IAC, meu diretor, Marcos Landell, sempre me apoiou; são pessoas que me ajudaram e me ajudam ainda com os experimentos”, relata.
Leila conta que essas pessoas a ajudam não somente por oferecerem sua própria mão de obra, mas também por serem profissionais que contribuem com a pesquisa e evoluem com a pesquisadora.
“Se não fosse essa rede enorme de apoio que tive, na minha casa e no meu trabalho, nas usinas que participaram desse trabalho comigo, eu não teria feito nem metade daquilo que eu fiz e esse reconhecimento não viria”, afirma.
“Desde criança sempre sonhei em ser pesquisadora. No pós-doutorado, as portas se abriram, mais uma vez, me permitindo trabalhar no renomado Instituto Agronômico”, diz Larissa Caixeta.
“O caminho da pesquisa é árduo, porém gratificante, principalmente quando encontramos nesse caminho pessoas que nos levam além. Sou muito grata aos meus colegas e meus mestres por todos os ensinamentos, parceria e exemplos, que carregarei por toda vida”, completa. Ela lembra que ao ingressar no curso de Engenharia Agronômica, na Universidade Federal de Viçosa, já almejava seguir a carreira acadêmica.
“Minha jornada começou com a iniciação científica, em 2006, onde as portas se abriram para a pesquisa e mergulhei no fascinante mundo da nematologia. No IAC, foi um desafio imenso conciliar esta área de estudo com o melhoramento genético do cafeeiro. Contudo, foi muito gratificante poder ter contribuído com pesquisas de grande impacto para a cafeicultura brasileira, dentre elas, o desenvolvimento da cultivar IAC Herculândia, com múltipla resistência aos nematoides das galhas”, ressalta.
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