Trabalhadores do Litoral Norte se recuperam com créditos do Governo de São Paulo

“Recuperei o motor e a reversão, mas o casco do barco eu acabei perdendo. O meu sustento sai da embarcação”, afirma o pescador Rodrigo Santos

Um ano depois dos temporais que atingiram o Litoral Norte do estado, comerciantes e trabalhadores de São Sebastião celebram o fato de conseguirem reerguer seus negócios graças aos recursos disponibilizados pelo Governo de São Paulo para socorrer a população local atingida.

O pescador de camarão Rodrigo Santos, de 35 anos, viu as chuvas de fevereiro do ano passado destruírem o seu principal meio de sustento após seus dois barcos serem danificados pelas enchentes e deslizamentos.

Uma das embarcações, que estava na beira do cais da praia de São Francisco, foi jogada contra as pedras. “Recuperei o motor e a reversão, mas o casco do barco eu acabei perdendo. O meu sustento sai da embarcação”, afirma. Um segundo barco, guardado em um barraco no bairro de Juquehy, foi atingido pela lama e ficou parcialmente destruído.

Nos dias seguintes à tragédia, Rodrigo soube que o governo paulista estava oferecendo uma linha de crédito emergencial para pescadores atingidos, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

“Fiz todo o passo a passo e não foi difícil. Depois de 28 dias que entreguei a documentação, o dinheiro caiu na conta. Comprei madeira e todo o material para reconstruir as embarcações: cola, rejunte, prego e parafuso para fazer a armação”, conta o pescador.

Sem a ajuda do governo, Rodrigo afirma que não conseguiria reconstruir os seus barcos. “A ajuda do governo foi muito boa. Eu consegui comprar as coisas para recomeçar. Você acaba reconstruindo o seu sonho e tendo ele de volta. Estou começando tudo do zero de novo, mas é a luta”, diz.

Ao todo, o FEAP-Litoral disponibilizou R$ 3 milhões a produtores rurais e pescadores afetados pelas chuvas no litoral paulista em 2023, beneficiando cerca de 60 famílias.

Além de produtores rurais e pescadores, o Governo de São Paulo também agiu para socorrer comerciantes. Por meio da Desenvolve SP, agência de fomento ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, foram liberados R$ 200 milhões em linhas de crédito com condições especiais.

Foi o que possibilitou Tiago Couto a manter aberta sua pizzaria localizada no bairro do Arrastão, em São Sebastião, após ver o movimento de clientes despencar. O empresário afirma que não conseguiria pagar as contas e salvar o empreendimento sem o financiamento da Desenvolve SP.

“Houve uma debandada da cidade. O movimento caiu, mas as contas nunca pararam de chegar. O objetivo era saldar as dívidas e continuar tocando o serviço. Foi assim que a gente sobreviveu”, relembra.

Empresário utilizou linha de crédito da Desenvolve SP para quitar dívidas e investir em novo equipamento para sua pizzaria

Além de pagar os fornecedores, Tiago também conseguiu ajudar a oxigenar financeiramente o negócio de aluguel de bicicletas e caiaques da esposa. E ainda sobrou espaço para investir: com o dinheiro que sobrou, comprou um equipamento feito para abrir a massa das pizzas de forma automática.

“Acabou facilitando bastante. Aumentou minha produção. Se não fosse esse financiamento, eu iria buscar outro que provavelmente teria juros mais altos”, comemora.

As linhas de crédito emergenciais foram apenas uma das frentes de atuação da gestão estadual para amparar os prejudicados pelas chuvas. Os moradores desalojados após os deslizamentos foram recebidos em abrigos provisórios e, em fevereiro de 2024, passaram a receber as chaves do lar definitivo. Foram mais de 700 unidades construídas nos bairros de Maresias e Baleia Verde, com investimentos de R$ 260 milhões.

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