Escola estadual de Taquaritinga está entre melhores do país no Ensino Médio
No ranking das 100 escolas públicas de Ensino Médio do Brasil com os melhores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado no último dia 14, uma em cada quatro escolas está em São Paulo e obteve nota acima da média nacional. Na lista, 20 unidades estão ligadas a duas pastas do governo estadual: a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI). Na região central, a Escola Estadual 9 de Julho figura na 16ª posição do Ideb, ao alcançar uma nota de 6,9 – um avanço de 56% em comparação com a edição de 2021.
A unidade mais bem colocada na região, em 6º lugar, é o Colégio Técnico Industrial Professor Isaac Portal Roldán, em Bauru. A escola é vinculada à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e registrou 7,4 no Ideb.
Em 23º lugar está o Colégio Técnico de Lorena Professor Nelson Pesciotta, no município de Lorena, e ligada à Universidade de São Paulo (USP) com média 6,7. A nota é a mesma conquistada pela Etec de Registro, unidade do Centro Paula Souza, no Vale do Ribeira, e a 24ª no ranking. A Etec Vasco Antônio Venchiarutti, em Jundiaí, é a quinta melhor no estado de São Paulo e a 31ª no top 100 do Brasil.
Escola de Taquaritinga no topo
No Ensino Médio, a Escola Estadual 9 de Julho, em Taquaritinga, figura na 16ª posição nacional entre escolas públicas, na 2ª posição estadual entre escolas públicas e na 1ª posição entre escolas estaduais da Seduc-SP.
Além da excelente posição no Ensino Médio, a escola figura na 2ª posição entre escolas públicas — e também estaduais — nos anos finais do Ensino Fundamental do Ideb, tendo conquistado um índice de 7,4 nesta última edição.
Para a professora Ketriri Cristina Belentani Buzolini há alguns ingredientes para a receita de sucesso no Ideb, o primeiro deles é a frequência escolar. Segundo a diretora, todos os dias a equipe escolar checa quais são os alunos faltantes e entra em contato com sua família para verificar o motivo da ausência. Ketrini é diretora da 9 de Julho há 10 anos e, em 2019, a unidade passou a integrar o Programa Ensino Integral (PEI) da Educação de SP.
Atualmente, a unidade atende a 671 estudantes (395 do Ensino Fundamental e 276 do Ensino Médio) e o índice de frequência escolar neste ano, até o momento, é de 93,5%. E quando se trata da manutenção da presença dos estudantes em sala de aula, todos estão envolvidos. A chamada é feita por agentes de organização escolar, o contato com os familiares é feito pela direção, vice-direção, coordenação e pelos professores tutores. Nas unidades de ensino integral, cada estudante “elege” um professor para acompanhar o seu desenvolvimento, quando as mensagens chegam aos familiares, a escola encontra eco na comunidade escolar no propósito de manter os alunos em sala de aula.
A diretora também reconhece o trabalho pedagógico e o desenvolvimento do Currículo Paulista para os resultados agora apresentados. “Todo o trabalho pedagógico da escola é refletido nos nossos bons índices. Assim como no Ideb, também tivemos destaque como escola diamante no Idesp. A todo o tempo nós nos questionamos qual é a qualidade de aula que estamos oferecendo aos nossos alunos”, conta. O Idesp é o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo.
Para a diretora Ketriri, quando se trata dos alunos, os resultados demonstram como eles estão engajados. “Nossos alunos estão cada vez mais conectados aos valores da escola e da educação e, por aqui, vemos mudanças gritantes nos estudantes e em como eles têm se preocupado com a sua formação. Eles se sentem parte integrante da escola, há uma mudança de conduta, principalmente depois de 2019, quando a unidade começou a atender em ensino integral, em 2021 quando já conquistou um bom índice no Ideb, e amadureceu em 2022 e 2023 como escola desse modelo”, afirma.
Saulo Wender, de 17 anos, está entre os estudantes que mudaram a sua relação com a escola e com o ensino. “Em 2022, quando cheguei na escola, não sabia o que queria. Um dia, não estava prestando atenção na aula, abri uma das minhas redes sociais e comecei a fazer uma live. Foi quando fui chamado à diretoria. Nesse dia, tive uma boa conversa com a diretora e esse foi só o começo de uma mudança, que se solidificou no ano passado, quando passei a fazer parte do grêmio. Hoje me interesso pela escola, me sinto parte dela, integro a fanfarra e sou visto como exemplo para os alunos mais novos, que vêm me dizer que querem ser como eu”, reconhece o aluno, hoje matriculado na 3ª série do Ensino Médio.
A diretora Ketriri conta que, na escola 9 de Julho, os alunos têm predileção pelas áreas de humanas e são ativos em atividades culturais, como a organização de saraus e a participação na fanfarra. Inclusive, a fanfarra da Escola Estadual 9 de Julho está entre as mais tradicionais da cidade e é aguardada com ansiedade em todos os desfiles cívicos de Taquaritinga. No último sábado (17), o grupo participou do desfile comemorativo do aniversário da cidade.
Além do período integral e das atividades artísticas dentro e fora do horário escolar, a escola também é modelo em educação inclusiva, com 34 estudantes com deficiência matriculados e frequentando a sala de recursos. A unidade ainda é sede de um CEL (Centro de Estudos de Línguas), com aulas de inglês, espanhol, francês, italiano e Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Unidades na capital, RMSP e interior
Das 24 escolas no ranking, sete estão localizadas na capital e na região metropolitana de São Paulo. Em relação à administração, 16 estão vinculadas ao Centro Paula Souza, duas a universidades públicas estaduais de São Paulo (Unesp e USP) e outras duas à Seduc-SP.
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